terça-feira, 25 de maio de 2010

Usina de Garabi: obra polêmica divide opiniões no Norte e Nordeste do Estado


Projeto dos governos do Brasil e Argentina de construir duas usinas hidrelétricas no Rio Uruguai colocam em risco a existência do salto do Yucumã e desalojarão milhares de famílias de ribeirinhos.

Uma audiência para agradar os prefeitos. O deputado federal Henrique Fontana (PT-RS) articulou uma audiência entre o ministro de Minas e Energia, Marcio Zimmermann, e os prefeitos da Associação dos Municípios do Grande Santa Rosa, quarta-feira (19), em Brasília. Na pauta da reunião, a construção das hidrelétricas de Garabi e Panambi, que juntas receberão investimentos de R$ 4 bilhões através da segunda fase do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2).
A obra é contestada por ambientalistas do Brasil e da Argentina. O principal contraponto a obra é o enorme impacto ambiental produzido pelas represas junto a áreas de preservação permanentes da margem do rio e aos parques Estadual do Turvo, em Derrubadas (RS), e o Provincial do Moconã, na Argentina. Estas áreas abrigam os últimso exemplares de floresta do Alto Uruguai ainda preservados e espécies animais e vegetais em extinção. Dentre estas está a espécie símbolo: a onça pintada. Além disso, as barragens de Garabi e Panambi impediriam a visibilidade de uma das sete maravilhas do Rio Grande do Sul, o Salto do Yucumã.
De acordo com o ministro, as obras devem começar dentro de dois anos. Antes disso, ocorrem as fases preparatórias, como os estudos de viabilidade e o inventário que devem ser concluídos em julho deste ano. Zimmermann também destacou que as usinas serão construídas conforme modelo de engenharia conhecido como “fio d’água”. Este tipo de usina tem como característica um pequeno reservatório, que opera em níveis constantes sem necessidade de armazenamento de água para escoamento sazonal, como ocorre nas unidades que operam com reservatórios de acumulação. Embora negue o prejuízo ambiental, o governo não livera os projetos técnicos nem os estudos de impacto ambiental para apreciação da sociedade.
Outro alteração buscando minimizar o prejuízo ambiental deste projeto em comparação ao antigo, no caso de Garabi, é a redução da área alagada de 840 km2 para 514 km2. O secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia, Altino Ventura Filho, explicou que o projeto original previa três hidrelétricas que somavam uma potência instalada superior a 5 mil MW e área alagada de 3,7 mil quilômetros quadrados. A extensão foi considerada grande demais e os projetos foram reformulados. A previsão, agora, é que as usinas tenham capacidade para gerar cerca de 2.000 MWatts.
Para os críticos ao projeto, o governo federal acena aos prefeitos com os benefícios econômicos da implantação das usinas, porém omite que a mpedio prazo restará apenas o ônus de uma grande área alagada, deslocamentos de população retiradas do campo para áreas urbanas marginais, aumento do desemprego e violência, inchaço das cidades, falta de estrutura pública em saúde para atender este contigente populacional.

Um comentário:

  1. e os caras vão querer fazer essa usina de qualquer jeito? não veem que ainda há um lugar intacto pelo homem e é tão importante para a preservação da natureza? é de se indignar mesmo...

    ResponderExcluir