quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Reportagem divulgada no site EcoAgência

Hidrelétricas
Terça-feira, 21 de Setembro de 2010

Projeto registra temor e desinformação sobre hidrelétrica binacional
Equipe de Jornalismo do Cesnors/UFSM desenvolveu o projeto Diversidade Ambiental: Ribeirinhos do Rio Uruguai e moradores do entorno do Parque Estadual do Turvo.

Por Redação da EcoAgência

Ameaça real e imediata. Uma situação factual do cotidiano deu início a um inédito projeto de educação ambiental e jornalismo. O anúncio pela imprensa, em 2008, de que os governos do Brasil e Argentina uniriam esforços para construir hidrelétricas no Rio Uruguai, o complexo de Garabi, despertou a curiosidade do professor e jornalista Carlos Dominguez. A possibilidade de a nova usina deixar o Salto do Yucumã e o Parque Estadual do Turvo submersos levou o professor e mais quatro alunos a conhecer a realidade e praticar a educação ambiental aplicada ao jornalismo.

Por mais de dois anos a equipe do Curso de Jornalismo do Centro de Educação Superior Norte – RS (Cesnors/UFSM) desenvolveu o projeto Diversidade Ambiental: Ribeirinhos do Rio Uruguai e moradores do entorno do Parque Estadual do Turvo. Neste período, utilizando técnicas jornalísticas, foram realizadas gravações com os moradores do entorno do parque, no município de Derrubadas, sede do maior parque estadual gaúcho e último lar da onça pintada no Rio Grande do Sul. Além do registro em vídeo das histórias de vida e manifestações culturais típicas no contato com a terra e a mata, explica o professor, foi trabalhado o discurso ambiental, em especial com a questão de viver próxima a uma área de preservação e as contradições que este fato gera.

O material recolhido resultou em um vídeo-documentário ao estilo grande reportagem de telejornalismo, com 30 minutos, mostrando a opinião de moradores e autoridades locais sobre o problema que a criação da usina teria para a população de Derrubadas. Este vídeo, num segundo momento, foi levado para a rede escolar municipal, onde alunos da primeira a oitava série assistiram a uma palestra, a reportagem, olharam fotografias e, ao final, realizaram um plantio de mudas nativas. "Além do trabalho de campo, no mesmo período de tempo foi sendo recolhido material na mídia impressa e sites de veículos de comunicação que tratavam do tema Usina de Garabi. Ali estão sendo analisados os fluxos dos discursos ambientais por meio da análise do discurso.", diz Dominguez.

Como resultado parcial do trabalho de extensão junto à população, foi possível verificar, de acordo com os acadêmicos Clarissa Hermes, Letícia Sangaletti, Lucas Wirti e Mariana Correa, uma grande desinformação sobre a questão da barragem e o possível alagamento do Salto do Yucumã. Já no lado argentino, na localidade de El Soberbo, foi verificado junto aos depoimentos recolhidos a existências de mais informações sobre Garabi e os efeitos da usina sobre o ambiente local. É interessante destacar que tal fato se deve a somente a população argentina explorar turisticamente o potencial do Salto do Yucumã com hotéis, pousadas e passeios de barco. No lado brasileiro não há exploração turística significativa.

Esta população, de aproximadamente 5 mil pessoas, mora no entorno do parque. Geograficamente, o Rio Uruguai divide uma grande área binacional de preservação de floresta subdecidual de aproximadamente 80 mil hectares, sendo 17 mil hectares no Brasil e o restante na Argentina, no parque provincial de Moconã. Exatamente no centro desta área encontra-se o Salto do Yucumã (Salto del Moconã em espanhol), a maior queda d'água longitudinal do mundo, com 1,8 quilômetros de extensão. "Além da inigualável beleza paisagística, o local é um dos últimos habitats de inúmeras espécies da fauna e flora, além de inquestionável biodiversidade", diz Dominguez.

De acordo com Dominguez, tudo isto está ameaçado de não mais existir a partir de 2012, data prevista para começarem as obras do empreendimento binacional, mas já existe um movimento na sociedade civil pro-Yucumã. Acompanhe mais sobre o assunto no blog www.salveosaltodoyucuma.blogspot.com

EcoAgência disponível em:

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Documentário Ribeirinhos!

Olá pessoal,
estamos com uma novidade!
Decidimos entre o pessoal que, quem tiver interesse em conseguir uma cópia do documentário "Ribeirinhos do Rio Uruguai - Salve o Salto do Yucumã" pode deixar no comentário um e-mail de contato, ou um endereço para que o DVD possa ser enviado!

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Levando os Ribeirinhos a Floripa!

O trio Alemoa, Cadré e Mari levaram o vídeo ribeirinhos a Floripa no último dia 09. A apresentação foi na modalidade video-relato do 28º Seurs, que aconteceu na Udesc.
Na apresentação, de apenas 15 minutos, não foi possível mostrar todo o documentário e as informações que o pessoal tinha a repassar para quem tava lá assistindo, mesmo assim o professor e coordenador do projeto, Carlos Dominguez (Cadré), disse que o pessoal estava gostando, e que muita gente conhecia o tema Garabi e pegaram informações sobre o projeto ribeirinho e as barragens no rio Uruguai. Um resultado bem positivo!

Parabéns ao pessoal,
e hasta siempre!


quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Informe Comercial na ZH sobre as hidrelétricas

Essa notícia foi divulgada no informe comercial da prefeitura de Santa Rosa, no dia 31 de agosto anexo ao Zh dessa mesma data. O informe levanta diversas questões sobre o tema, todos afirmando que a construção da hidrelétrica não afetará o Salto e projetará a região para um avanço na economia e nos serviços.
Esperamos que, pelo menos, a parte do Yucumã seja verdadeira, e que a barragem não afete o maior salto longitudinal do mundo. Caso contrário, vai ter muita gente torcendo o bico e pedindo desculpas. Aí, já será tarde!

Coluna faz menção ao nosso blog.

As lendárias águas do rio Uruguai
Texto atualizado em 07 de Setembro de 2010 -

Por, Suzana Pires


O Rio Uruguai que nasce na fronteira entre o Rio Grande do Sul e Santa Catarina e que demarca a divisa do Rio Grande do Sul com a Argentina, recebe a devoção dos ribeirinhos e da população de todo o estado. Mesmo quem nunca o viu, o sabe. Cantado em verso e prosa, cenário de antigas lendas e povoado de histórias, o rio é agora motivo de uma polêmica contemporânea. A intenção da construção de duas barragens tem mobilizado diferentes setores lá pela fronteira. Nada muito diferente de discussões que este tipo de obra gera em qualquer lugar do Brasil.

A questão aqui é a possibilidade de que Salto do Yucumã seja alagado pelas águas das barragens. E que a construção da barragem impeça as espécies de peixes migratórios de subirem o rio para desovar na parte mais alta, além dos comuns problemas culturais e sociais que este tipo de empreendimento gera.

A equação é a seguinte: não admitimos nenhuma preocupação com falta de energia que interrompa o acelerado fluxo de nosso cotidiano. O aumento do poder aquisitivo da população do País, o sempre crescente consumo de bens que dependem da energia elétrica nos coloca em uma situação difícil.

Como dar conta disso sem construir novas hidrelétricas num país que a simples menção de um “apagão” é motivo de grandes escândalos na imprensa e gera uma verdadeira guerra política?

Queremos energia sem preocupações de onde ela vem. Mas também queremos manter nossa biodiversidade, nossa história e nossas paisagens. Para termos outras fontes de energia limpa leva tempo. Quem se dispõe a esperar? Alguém tem alguma sugestão?

As únicas fotos que tenho do Rio Uruguai fiz na cobertura de um evento do Movimento de Mulheres em Porto Xavier, a balsa é a ligação entre a cidade e nossa vizinha Argentina.

Visitarei em breve o Salto do Yucumã e trarei belas imagens para publicar nesta coluna.

Assista ao vídeo “Ribeirinhos nas escolas”.


Disponível no Site: http://www.portogente.com.br/texto.php?cod=31847

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Assista reportagem veiculada na RBS no dia 03 de setembro


http://mediacenter.clicrbs.com.br/templates/player.aspx?f=1&contentID=135886&channel=45

Entrevista com o secretário Altino.

Altino Ventura Filho, secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério das Minas e Energia


Motivo de apreensão em municípios do Noroeste gaúcho, a construção das usinas hidrelétricas de Garabi e Panambi só deve começar em 2013. Essa é a previsão do secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério das Minas e Energia, Altino Ventura Filho. Em entrevista a ZH, Ventura garante que não há risco de o Salto do Yucumã ser alagado pela construção das barragens. Não descarta, porém, prejuízos ao Parque do Turvo, área de preservação e abrigo de espécies ameaçadas de extinção.

Zero Hora – Em que estágio estão os projetos para as usinas?

Altino Ventura Filho – Concluímos em julho o inventário do Rio Uruguai, identificando os locais onde as barragens podem ser construídas. O próximo passo será o Estudo Técnico de Viabilidade Econômica, que deve ser licitado no segundo semestre e demorar mais dois anos para ser concluído. Em paralelo, vamos fazer o estudo de impacto ambiental.

ZH – Há risco de o Salto do Yucumã ser alagado?

Ventura – O Salto de Yucumã não será alagado. No inventário original, era. Reduzimos a usina de Panambi por causa do Salto. A alternativa anterior, que era a usina de Roncador, tinha uma cota de 164 metros acima do nível do mar. Agora, Panambi ficará em 130 metros. Isso reduziu a área alagada para 200 quilômetros quadrados, metade no Brasil, metade na Argentina. Garabi também sofreu uma redução na barragem.

ZH – O Parque do Turvo, uma área de preservação ambiental, será afetado?

Ventura – O estudo indicou que a barragem alcança uma pequena parcela do Parque do Turvo, mas é uma área que já fica alagada no período de cheias. O rio já ocupa uma área maior do que será ocupada pela própria usina. Mas somente com o levantamento topográfico teremos, com toda a segurança, onde o lago vai chegar e como isso se comporta com o período de seca e de cheia do rio.

ZH – A prefeitura de Porto Mauá teme que mais de 50% da área urbana e 25% da rural sejam alagadas. Isso vai acontecer?

Ventura – Não temos essa análise ainda. Os números precisos, só depois do estudo de viabilidade econômica. Creio que não há riscos de isso acontecer.


FÁBIO SCHAFFNER | Brasília